Cuidado com o odômetro adulterado
Cuidado com o odômetro adulterado
Quem compra um carro usado sempre quer saber qual é a quilometragem dele. Mas, se o número registrado no odômetro é incompatível com o ano do modelo, desconfie. O odômetro pode ter sido adulterado para o automóvel parecer pouco rodado e, consequentemente, valer mais na negociação.
Adulterar a quilometragem original está entre os “truques” que alguns vendedores usam para tornar “seminovos” mais atrativos, vitimando não apenas o consumidor final, mas também comerciantes que compram carros usados de outros estabelecimentos.
Leve em conta que o motorista brasileiro dirige, em média, 15.000 km por ano. Portanto, 20.000 km para um carro com cinco anos de uso, por exemplo, já levanta suspeita de fraude.
Não é simples identificar a adulteração, mas, observando vários detalhes em conjunto, o consumidor consegue saber se está sendo enganado. Algumas dicas podem ajudar a não cair nessa cilada.
Veja dicas abaixo.
1) O carro tem manual?
O ideal é não comprar um carro usado sem ver o manual do proprietário. Nele está registrado o histórico de manutenção, quais revisões foram feitas, em que data e com qual quilometragem. Isso é um bom começo para você fazer uma conta e descobrir quantos quilômetros, em média, o antigo proprietário percorria por ano. Sabendo esse dado e a idade do veículo, dá para ter uma ideia se a marcação do hodômetro está proporcional.
2) Confira a última troca de óleo
Não há manual? Atenção maior a este e aos próximos itens. Verifique a quilometragem e a data da última troca de óleo descritas na etiqueta que está colada no para-brisas. Alguns golpistas baixam a quilometragem e se esquecem da etiqueta de óleo ou de uma nota fiscal de troca dentro do porta-luvas.
3) Notas denunciam quilometragem
Procure ainda no porta-luvas por notas fiscais de serviços ou revisões executadas. Nelas estão registradas as datas e a quilometragem. Não se esqueça: sempre deve haver uma proporcionalidade entre datas e a quilometragem. Se, por exemplo, você encontrar uma nota fiscal de substituição de correia dentada é sinal de que o veículo possui mais de 50 mil km.
4) Veja a situação dos pneus
Pneus carecas indicam quilometragem superior a 40 mil km. Se estiverem novos, o veículo deve ter até 10 mil km ou acima de 40 mil km (primeira troca).
5) A embreagem foi trocada?
Na maioria dos casos, amortecedores e embreagem substituídos indicam uma quilometragem superior a 60 mil km.
6) Confira sinistros e vistorias
Pergunte ao antigo proprietário qual era a companhia de seguros contratada. Faça uma cotação do seguro com a mesma empresa e procure saber se houve algum sinistro ou vistoria no carro. Caso a companhia responda positivamente, solicite a quilometragem do sinistro ou da vistoria.
7) Atenção às aparências
Falta de rugosidade no volante, na manopla do câmbio, desgaste nas borrachas dos pedais e no tapete, na região dos pedais, além de trincas de desgaste no couro das coifas do câmbio e do freio de mão indicam quilometragens acima de 80 mil km.
8) Peça laudo especializado
Se você não tem muita intimidade com carros pode solicitar a ajuda de seu mecânico de confiança ou ainda terceirizar a avaliação para empresas especializadas. Esse tipo de laudo é feito por algumas concessionárias quando recebem um veículo como parte de pagamento na troca por um zero quilômetro. Aquelas que não fazem isso estão sujeitas a pegar um carro com quilometragem adulterada. Portanto, procure saber se a loja que você escolheu tem como prática fazer a perícia. Isso dá mais segurança na hora de levar o seminovo para casa.
9) Desconfie sempre
Não baixe a guarda pelo tamanho ou aparência das lojas. Já foram identificados veículos com quilometragem adulterada até em concessionárias.
Enfim, descobrir a quilometragem real de um carro não é uma ciência exata. Mas com um pouco de prática e atenção aos detalhes, é possível ter um elevado grau de certeza.