POR QUE O BRASIL NAO CRESCE?
Confira a seguir o que os principais Economistas indicam como fator fundamental para o não crescimento do Brasil em 2019:
DESEMPREGO — A taxa de desemprego caiu para 11,8% no trimestre até julho, queda de 0,5 ponto em um ano. O que puxou a redução foi o emprego sem carteira assinada. O país tem 11,7 milhões nesse tipo de ocupação, mais precária. O emprego com carteira assinada ficou estável. São 33,1 milhões com um trabalho formal, o mesmo que um ano antes. O rendimento médio, no entanto, não subiu. No cálculo mais amplo, que considera os desalentados e os que trabalham menos horas do que gostariam, falta trabalho para 28,1 milhões de brasileiros, ou 703 mil pessoas a mais que um ano antes.
PIB — A economia cresceu 0,4% no segundo trimestre, pouco mais que o esperado. O investimento melhorou, a construção voltou a avançar após cinco anos. A indústria de transformação teve resultado positivo também. Mas o PIB só recuperou 42% da perda sofrida durante os dois anos de recessão, em 2015 e 2016. A economia ainda está 4,7% abaixo do pico, de antes da crise.
LAVA-JATO EM REVISÃO — A segunda turma do STF anulou pela primeira vez uma condenação da Lava-Jato, o que pode ter repercussão em outros casos. A defesa de Aldemir Bendine, ex-presidente do BB e da Petrobras, venceu ao argumentar que as alegações finais de delatores têm que ser apresentadas antes que as dos outros réus. Depois dessa decisão da segunda turma, a defesa de Lula pediu o mesmo. O plenário do STF está dividido sobre a questão, apurou o GLOBO.
PREVIDÊNCIA — O relator da reforma no Senado mexeu em algumas partes do texto aprovado pela Câmara. O parecer tenta compensar as mudanças com mais arrecadação. A ideia é reverter as isenções sobre o agroexportador e entidades filantrópicas, como as universidades privadas. O benefício seria mantido para as Santas Casas. No fim, a potência fiscal estimada seria de R$ 990 bilhões em dez anos, mais que os R$ 933,5 bi do texto da Câmara. Tasso também apresentou uma reforma para os estados e municípios, que será separada em uma PEC paralela para não atrasar a aprovação do texto principal. O relatório será votado na CCJ dia 04, quarta-feira.
MEIO AMBIENTE — Os países do G7 ofereceram R$ 91 milhões para ajudar no combate ao desmatamento na Amazônia. O presidente Jair Bolsonaro colocou como condição para aceitar o dinheiro um pedido de desculpas do presidente francês. Emmanuel Macron, que chamou Bolsonaro de mentiroso, havia falado que o debate sobre internacionalizar a Amazônia estava em aberto. A França não enviou desculpas. No sábado, Bolsonaro havia ironizado Brigitte, a primeira-dama francesa, em comentário de rede social. Um internauta a comparou a Michelle Bolsonaro antes de o presidente responder “não humilha, cara. kkkkk”. Uma nota do Itamaraty não acalmou a situação. O chanceler acusou os países em desenvolvimento de não cumprir com o Acordo de Paris. A crise ambiental gera repercussões na economia. Na semana, uma fabricante de calçados decidiu suspender a compra de couro do Brasil, preocupada com o desmatamento da Amazônia.
CÂMBIO — O dólar chegou a R$ 4,19 na semana e obrigou o BC a vender reservas, o que não acontecia desde a crise financeira mundial de 2009. O cenário externo pirou, com o risco de recessão nas economias mais ricas e a desaceleração da China. Os investidores estão evitando riscos e o real foi a moeda de emergente que mais sofreu, com exceção do peso argentino. A atuação do governo provoca desconfiança e atrapalha o câmbio. Nesta sexta-feira, a moeda vale R$ 4,13.
PGR — O presidente não deve nomear um novo procurador-geral da República até o dia 17, quando termina o mandato de Raquel Dodge. Assumirá o cargo interinamente o sub-procurador-geral Alcides Martins.
ARGENTINA — O governo de Mauricio Macri pediu mais prazo para pagar ao FMI e outros credores privados. A moratória levou a Standard & Poor’s a rebaixar a nota de crédito do país para a categoria de default. O governo vendeu US$ 220 milhões em reservas para segurar a cotação do peso.